Boas Novas

Aceitemos a vontade de Deus

Por Rubem Gama

Quantas vezes nós já dissemos: seja feito o que Deus quiser? Quantas vezes encerramos um assunto com a frase: Foi a vontade de Deus?
Ou ainda, todas as vezes que oramos o Pai nosso, você já prestou atenção, que sempre dizemos a frase: “que seja feita a Sua vontade e não a nossa”? Até na cultura das ruas e nos ditos populares há uma compreensão de que a vontade de Deus é a mais adequada.

Mas será que cremos nisso de verdade?

Quem não já teve arrancado da sua vida, pelo fenômeno da morte física, alguém que amava muito? Quem não já viu uma a doença grave minando a saúde de um ente querido, um amigo ou alguém que lhe é caro, nos passando a sensação de impotência?

É comum, nessas situações, sentirmos a revolta invadir o nosso ser. Mas para que orarmos e pedir a Deus para que seja feita a Sua vontade, se quando ela Se cumpre, nós nos revoltamos?
Muitas das vezes, diante dos desígnios de Deus, nos comportamos de maneira infantil. Questionamos a vontade de Deus, quando ela não é a mesma que a nossa. Muitos de nós até brigamos com Ele.

Você já percebeu o que ocorre com uma criança mimada, quando os pais não fazem suas vontades? Ou quando os pais a obrigam a ir à escola, escovar os dentes, tomar banho?
E daí, somente depois de crescidos, compreendemos o porquê de tantas coisas que não gostávamos, mas que foram primordiais na formação do caráter.

Com as coisas de Deus, algumas vezes acontece da mesma forma. Embora não possamos compreender completamente o porquê de alguns desafios que a vida nos impõe, estes embates da vida que contrariam a nossa vontade, sempre têm uma razão divina para acontecerem. Compreender que Deus é Pai e nos oferece o que é melhor para cada um de nós, é um bom começo para aceitar Seus desígnios e planos. Entender que tudo que acontece na vida tem a permissão de Deus e foi perfeitamente planejado, antes mesmo de estarmos por aqui. E que há um propósito em toda a ação de Deus.

Os desígnios de Deus são pautados na Sua Lei de amor, e por nos amar, nos oferece desafios, a fim de vencermos as limitações que ainda existem em nós. Todo desafio que nos ocorre, seja no campo material, emocional, afetivo, é sempre um convite da vida para vencermos barreiras e passarmos para um outro nível.

Não devemos encarar perdas, tropeços, carências afetivas ou financeiras, como castigos de Deus ou como obras do acaso. São sempre oportunidades da vida para que nos tornemos mais fortes e melhores.

Jesus nos lembra que até os fios dos nossos cabelos estão contados, tal é o cuidado que Deus tem para com cada um de nós. Por isso, devemos aceitar com o coração leve e a alma aberta esses desafios que a vida nos oferece, e procuremos aprender grandes lições com cada luta e cada batalha.

E não esqueçamos de que cada vez que dissermos a Deus: Seja feita a Sua vontade, estamos, automaticamente, assinando um termo espiritual abrindo mão das nossas próprias vontades – sem reclamações posteriores.

Quando Deus atende o nosso desejo?

A Bíblia nos diz em Salmo 37:4: “Deleite-se no Senhor, e Ele atenderá o desejo do seu corações”. Mas para isso, segundo o texto, eu preciso me deleitar no Senhor. Deleitar no Senhor significa ter prazer no Senhor. Para compreendermos melhor, podemos ler Tiago 4.3 que diz: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos próprios deleites”.

Resumindo, a oração que Deus atende é aquela que, mesmo sendo um desejo do meu coração, precisa, necessariamente, estar dentro do propósito de Deus. Ou seja, se eu estou me deleitando no Senhor, se eu tenho prazer no Senhor, jamais vou pedir algo para o meu próprio deleite, para o meu próprio prazer.

Rubem Gama

*Servidor público municipal, acadêmico de Direito, jornalista (MTB nº 06480/BA), ativista social, criador da Agência Gama Comunicação e do portal de notícias rubemgama.com. E-mail: contato@rubemgama.com

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