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Brasileira é abandonada e morre ao tentar entrar ilegalmente nos EUA

Lenilda dos Santos
© Reprodução/Reprodução Lenilda dos Santos

A brasileira Lenilda dos Santos, de 50 anos, foi encontrada morta na última quarta-feira 15 no deserto de Deming, no Novo México. Ela tentava entrar ilegalmente nos Estados Unidos, mas foi abandonada pelo grupo com que atravessava a fronteira e não resistiu à fome e à sede.© Reprodução/Reprodução Lenilda dos Santos

Lenilda era técnica em enfermagem e vivia em Vale do Paraíso, em Rondônia. Ela tinha familiares nos Estados Unidos e fazia a travessia para encontrá-los.

Segundo relatos de amigos e familiares, Lenilda fazia a viagem acompanhada de três amigos de infância e um coiote na terça-feira 7. Após horas caminhando depois cruzar a fronteira americana, a mulher sentiu-se mal diante do calor e do sol forte e percebeu que não conseguiria mais continuar. O restante do grupo decidiu seguir, mas prometeu voltar para resgatá-la – o que nunca fizeram.

Apesar da fraqueza, Lenilda ainda conseguiu usar seu celular para mandar mensagens de áudio aos familiares no Brasil e nos Estados Unidos contando o que havia acontecido. Os parentes imediatamente contataram a polícia fronteiriça americana, que iniciou as buscas. Seu corpo só foi encontrado mais de uma semana depois e identificado por meio dos documentos que ela carregava em uma pochete amarrada ao corpo.

Kleber Vilanova, que administra uma empresa de assistência à imigração em Ohio, foi contratado pela família durante o período de buscas para auxiliar no contato com as autoridades locais. Segundo o brasileiro,  patrulha americana havia desistido das buscas após cerca de cinco dias, mas voltaram a procurar por Lenilda quando receberam os áudios enviados por ela à família.

“A perícia determinou que a causa da morte foi a exposição prolongada ao sol, sem água ou alimento”, diz Vilanova. “Estamos agora trabalhando para que o corpo possa ser repatriado e levado ao Brasil”.

Ainda segundo o brasileiro, os amigos que abandonaram Lenilda e o coiote ainda não foram localizados. “A família ainda avalia se abrirá uma acusação formal contra eles”, disse.

Por Veja

Rubem Gama

Servidor público municipal, acadêmico de Direito, jornalista (MTB nº 06480/BA), ativista social, criador da Agência Gama Comunicação e do portal de notícias rubemgama.com. E-mail: contato@rubemgama.com

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