Polí­tica

Una: Cebolas do Egito, nunca mais

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Queridos conterrâneos da minha amada Una. O ser humano tem a mania de olhar pra trás e entrar num “surto” psicológico de reclamações, num estado nostálgico e com lembranças de um passado que não foi bom, contudo, hoje, é lembrado como se fosse. Para exemplificar, recorro a um acontecimento bíblico: ” As cebolas do Egito”. O povo hebreu, quando foi escravizado na terra de Faraó a e tinha como comida a cebola, clamava ao Senhor por salvação e justiça. Depois de anos de sofrimento o Senhor os atende e, por meio de um milagre, os tira da terra do Egito, das garras de Faráo.
Na sua longa caminhada no deserto de Israel, Deus provia o alimento necessário: comiam o maná que caia dos céus e, às vezes, codornizes. Nesta peregrinação eles desenvolveram um verdadeiro fetiche pelas “cebolas do Egito”: Saudade da servidão, da opressão, da escravidão, do Nilo, do Faraó, da angústia, enfim, de todo sofrimento antigo.
Esse “surto”, o desejos por cebolas, é na verdade um fenômeno psicológico comum entre os homens. Eu, ou quem sabe você, tem ou já teve saudades dessas cebolas, e isso é na verdade uma doença. Mas o que é sentir saudade das cebolas Egípcias? O Egito é o passado as cebolas são as desculpas ou as transferências que se faz, quando o futuro se faz presente contra as nossas expectativas, ou vontade. Imagine: Uma sucuri que te abraçava e te matava e hoje, que você se livrou dela, é você quem a abraça e a chama de “meu Amor”. Isso nada mais é que falta de senso de realidade, pois as cebolas no Egito são qualquer coisa que no passado foi horrível e hoje, por doença, torna-se pra nós o que nunca foi nem será: bom.
O que acontece em Una é parecido com a “história da cebola”. O povo vivia oprimido pelos os antigos governantes corruptos, dilapidadores dos cofres públicos. Porém o povo clamava a Deus que mudasse a história deles. Deus, atendendo o clamor do povo, enfim, responde e faz acontecer algo como um milagre. Em meio à tantas opções, Ele, o Senhor, escolhe uma mulher, sem passado político, sem alianças ou compromisso sujos, para governar o município. Apesar de tirar o povo da escravidão e da dependência da cebola, no meio da caminhada tem gente sentindo o que chamo de “síndrome da cebola”. Estou falando de uma minoria, como no caso do Egito, que estão querendo de volta a turma da pesada, as raposas velhas, cheias de processos na justiça, que fizeram o povo sofrer. Até aquele que se apresenta como novo, é filho do velho, que se aliançou com tudo o que é “curva de rio” para tentar retornar, agora, nas eleições de 2016, ao comando do executivo de Una.
Una não merece voltar ao Egito, Una merece o melhor de Deus. Mesmo quando estivermos passando pelo deserto, de dia Deus enviará uma coluna de nuvem para livrar-nos do calor e, a noite, uma coluna de fogo para nos proteger do frio. Faraó já não nos alcançará mais, pois o mar se abriu para o povo.

Por Rubem Gama

Rubem Gama

*Servidor público municipal, acadêmico de Direito, jornalista (MTB nº 06480/BA), ativista social, criador da Agência Gama Comunicação e do portal de notícias rubemgama.com. E-mail: contato@rubemgama.com

One thought on “Una: Cebolas do Egito, nunca mais

  • fernando

    Parabéns pelo excelente texto meu amigo..É a mais pura verdade o povo ta querendo voltar para o egito para serem escravizados novamente. ..acorda povo Deus tem o melhor…..

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