Mucuri e Itabatã: Movimento “Todos Juntos Contra a Corrupção” foi às ruas
A grande adesão da população e dos comerciantes de Mucuri e Itabatã ao movimento, marcou o início de uma grande jornada contra a corrupção no município, o abuso do poder econômico nas eleições e a malversação do dinheiro público.
Conscientização, cidadania, democracia e direitos foram as palavras de ordem.
Integrantes do Movimento TJCC “Todos Juntos Contra a Corrupção”, acompanhados de populares e representantes de associações e sindicatos e instituições, saíram às ruas de Mucuri-sede no sábado (20/02) e em Itabatã no domingo (21/02) para realizarem manifestações contra a corrupção no município.
Eles ainda reivindicaram que o prefeito explicasse para onde está indo toda a arrecadação do município, já que a prefeitura arrecada algo em torno de 12 milhões de reais por mês, perfazendo, durante os sete anos de seus dois mandatos, um acumulado de mais de 1 bilhão de reais. Nos discursos dos manifestantes e dos líderes do movimento, houve cobrança sobre os investimentos com recursos próprios do município que justifique o destino de todo este dinheiro, já que todas as obras realizadas no município são com recursos do Governo Federal, e outras, como é o caso das pavimentações de ruas, que foram realizadas com dinheiro emprestado de bancos a serem pagos a longo prazo e com juros, gerando um endividamento sem necessidade a municipalidade, que os próximos prefeitos eleitos receberão como herança desta administração.
Também reivindicaram as promessas de campanha feitas pelo prefeito no primeiro mandato, adiado para o segundo e até agora não foram cumpridas: Orla de Mucuri, Maternidade, Hospital, Saneamento de Itabatã, Trevo de Itabatã, Cais do Porto em Mucuri, Incentivo real a Cultura e ao Esporte, Melhorias na Saúde, Escolas de Qualidade, Ponte de Costa Dourada, Balsa de Mucuri, dentre outras promessas não cumpridas.
Denúncias:
Ambulâncias sucateadas, Contratos de locação exagerada de carros com valores absurdos, Escolas depredadas, Rodoviária de Itabatã com estrutura obsoleta (mais de 20 anos sem manutenção ou reforma), Calçamentos de ruas feitos com material de péssima qualidade (Calçamento Sonrisal), Servidores Públicos com salários defasados e ainda, na sua grande maioria, recebem seus vencimentos com valores a menor (faltando).
Uma outra denúncia que chamou a atenção dos populares, foi a constatação de que a recordista em diárias em 2015 (mais de 20 mil reais) é a Secretária de Planejamento que, por sinal, é a esposa do Prefeito. Na segunda posição do ranking está o ex-Secretário de Finanças, vulgo Japão, primo do Prefeito (mais de 18 mil reais). O intrigante é que estas secretarias são, digamos, “secretarias de gabinete”. Será que precisam viajar tanto assim? Perguntar não ofende.
A farsa do mamógrafo
Este blogueiro também denunciou a farsa da compra de um Mamógrafo, supostamente adquirido no ano de 2013 com recursos próprios”, segundo divulgou a prefeitura e o prefeito em entrevistas a rádios e sites regionais e na página oficial da prefeitura conforme imagem abaixo. Fato é que, a prefeitura nunca comprou um mamógrafo, mas, sim, conforme investigamos enquanto Conselheiro de Saúde na época, firmou um contrato superfaturado de locação com uma empresa de Teixeira de Freitas. Detalhe: desde dezembro/2015 que não se pode fazer exames de mamografia em Mucuri, pois, o aluguel está com 5 meses sem pagamento.
Esta foi a primeira vez que um grupo de pessoas de boa fé se revolta com os desmandos e com a corrupção em Mucuri, se organiza e vai as ruas e, segundo um dos organizadores do movimento, esta foi a primeira de uma série de manifestações que tem como objetivo principal a conscientização popular e que já estão sendo planejados novas manifestações.
“Nunca assisti a uma situação como esta em Mucuri. É uma denúncia atrás da outra. Um município tão rico, mas, que passa por tantas necessidades. Tenho um vizinho que é idoso e necessita de fraldas geriátricas e não pode comprar. Tentou conseguir na prefeitura, mas, foi negado com a alegação de que está em falta e sem previsão de chegar. Faltam remédios nas farmácias dos postos de saúde. Não podemos continuar assim” desbafou um morador do Triângulo Leal.
“A gente não está aqui por conta de filiação partidária. Estamos como cidadãos que foram vilipendiados em seus direitos básicos, à educação, à saúde, a um trabalho digno, a uma revisão anual dos salários que recomponha a inflação, estamos dando as mãos à população para dizer que não aguentamos mais esta situação”, afirmou um servidor público da prefeitura de Mucuri.
Por Rubem Gama