Educação

Prefeitos do Extremo Sul se reúnem para oficializar o MEC sobre a dificuldade de repassar o aumento do Piso Nacional do Magistério

Por Edvaldo Alves – LiberdadeNews

Teixeira de Freitas: A equipe de reportagem do Liberdade News e da Rádio Eldorado FM, esteve em uma reunião realizada pelos 13 prefeitos da região Extremo Sul, convocada pelos presidentes dos Consórcios CONSAÚDE e CONSTRUIR. A pauta da reunião emergencial foi a discussão sobre a dificuldade dessas prefeituras em repassar o aumento de 14,9% dado pelo Governo Federal no Piso Nacional dos Professores para o ano de 2023. Este aumento deve elevar a base dos salários dos professores para R$ 4.420,36 (40 horas).

O jornalista Edvaldo Alves conversou com o prefeito de Caravelas, Silvio Ramalho, que é presidente do Consórcio CONSAÚDE, e ele expressou sua preocupação com o reajuste dado aos professores, não pelo reajuste, mas pelos meios para que esse reajuste seja passado de forma segura e tranquila sem prejudicar as contas públicas. “Quem é que não quer que seus professores ganham mais, que entrem mais dinheiro no município, todos querem. Nós demos 33% ano passado, e o Governo Federal ficou de repassar o dinheiro, mas não repassou”.

“O recurso que recebemos da Educação é incompatível para pagar os valores reajustados, e estamos com um déficit muito grande. Ficamos na expectativa de receber esses repasses, mas, até o momento nada. Queremos pagar, nossos professores merecem, mas não temos recursos. Olha que Caravelas é um município enxuto, com suas contas em dia, imagina os prefeitos que receberam suas prefeituras endividadas. Eu fui um dos primeiros prefeitos do Extremo Sul a repassar para os professores esses 33% do ano passado. Mas agora já não há mais possibilidade de manter sem o suporte do Governo Federal, por isso estamos encaminhando esse ofício ao MEC”, explicou.

O jornalista Edvaldo Alves conversou também com o prefeito de Vereda, o prefeito Manrick, que é presidente do Consórcio CONSTRUIR. “Enquanto prefeito de Vereda, fico triste por ter uma classe de professores que tem todo o meu respeito e meu carinho, e não poder repassar esse valor de quase 15% para esses profissionais. Nenhum desses municípios recebeu esse repasse, então como vamos cumprir com esse acordo, se não temos arrecadação própria, somos totalmente dependentes desses repasses do Governo Federal. Queremos muito, queremos uma Educação melhor, mas desde que o Ministério nos aponte de onde vai sair esse recurso”.

“Vamos nos organizar, convocar a câmara municipal, a classe dos educadores, e vamos ver o que pode ser feito, mas de antemão, eu afirmo que o município não tem condições próprias para fazer esse aumento. Abro as contas da prefeitura para quem quiser, se me provar que a Prefeitura tem condições de fazer o repasse, eu repasso imediatamente. Precisamos desse apoio, pois nossa arrecadação é totalmente dependente do repasse federal. Reforço, não somos contra, acredito que quanto mais o professor ganhar, melhor Educação vamos ter. Só queremos a garantia de que lá na frente poderemos honrar nossas contas”, finalizou Manrick.

Após conversas com o prefeito Silvio Ramalho e o prefeito Manrick, a reportagem do Liberdade News conversou com o prefeito de Lajedão, Tonzinho, que também nos falou sobre a reunião e sua preocupação com o pagamento desse aumento. “Nós nos reunimos aqui e todos os prefeitos foram unânimes em informar que não há condições de pagar com os recursos atuais, o valor do aumento. Somo solidários aos professores, entendemos que eles merecem sim esse aumento, mas não há recursos para isso, se não houver um aumento do repasse federal. Vamos pedir orientação ao MEC sobre como vamos conseguir garantir esse aumento”, disse Tonzinho.

“A classe merece, mas os municípios não tem condições de pagar. Esse ofício é para o MEC repasse o valor para os municípios para garantir o aumento. Vamos conversar com o governo do Estado também para nos ajudar, para nos orientar. Vamos aguardar a resposta do MEC e estamos confiantes. Todos os prefeitos querem pagar, mas precisam de recursos para isso para que no futuro não tenham problemas de atrasar pagamentos, não pagar fornecedores, enfim. Vamos à luta. As aulas em Lajedão e nos demais municípios retornam no dia 27 de fevereiro, e vamos agilizar as reformas necessárias para o bom retorno”, finalizou Tonzinho.

Rubem Gama

*Servidor público municipal, acadêmico de Direito, jornalista (MTB nº 06480/BA), ativista social, criador da Agência Gama Comunicação e do portal de notícias rubemgama.com. E-mail: contato@rubemgama.com

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