COPA DO MUNDO DO CATAR

Numa das maiores finais de Copa do Mundo da história, Argentina encerra jejum de 36 anos contra a França e é tri mundial

O torcedor da Argentina vivia um cenário dos sonhos até os 80 minutos de jogo da final da Copa do Mundo do Catar, neste domingo. Vencia por 2 a 0, não tomava conhecimento da França em campo e tinha tudo para encerrar um jejum de 36 anos sem mundiais em noite de festa uníssona no Lusail. Mas quis o destino que o título viesse com muito sofrimento, de forma épica, no coração como foi toda a campanha da albiceleste.

O duelo foi um dos maiores jogos da história do futebol de seleções e da Copa do Mundo: um empate épico, de 3 a 3, levou a partida para os pênaltis, com a assinatura de dois craques registrados na história do futebol: Lionel Messi e Kylian Mbappé.

Os companheiros de PSG duelaram, gol a gol, do segundo tempo regulamentar ao segundo tempo da prorrogação. Nos pênaltis, os dois acertaram. Quis o destino que o título fosse argentino: Martínez pegou a cobrança de Coman, Tchouameni chutou para fora, e o choro argentino derramou-se em cobrança de Montiel: 4 a 2.

Vice-artilheiro da Copa, com 7 gols, Messi se despede dos Mundiais com uma lenda ainda maior do que a cultivou em sua carreira. Aos 35 anos, foi consagrado com o único título que faltava em sua carreira, após anos de críticas domésticas, findadas apenas na conquista da Copa América, em 2021.

O jogo

No que tinha tudo para ser um primeiro tempo equilibrado, os comandados de Lionel Scaloni dominaram a então campeã mundial de uma forma avassaladora, com forte marcação no meio. A entrada de Di María, vista com desconfiança, logo deu razão ao técnico em campo.

Foi nele a falta de Dembelé que garantiu o primeiro pênalti, controverso. Messi cravou seu sexto tento para fazer 1 a 0, gol que o tornava artilheiro da Copa. O segundo gol sairia dos mesmos pés: o camisa 10 puxou contra-ataque e deu na medida para Di María ampliar.

Mas o inimigo morava ao lado. Companheiro de Messi no PSG, Mbappé reclamaria seu lugar nessa grande história: empatou o jogo de forma heróica, em um intervalo de dois minutos, superando Messi na artilharia e levando o jogo à prorrogação.

Primeiro, bateu bem um pênalti sofrido por Kolo Mouani. Um minuto depois, igualou em lindo chute de primeira, após desvio na medida de Thuram, no que parecia o último suspiro dos franceses.

Prorrogação

Mas a narrativa épica estava longe do fim. Numa das várias reviravoltas da história, brilhou a estrela de Messi novamente, aos 3 do segundo tempo da prorrogação. Em jogada confusa na grande área, o atacante fez seu sétimo gol na Copa, em momento de tensão sob suspeita de impedimento (não houve). Marcou num rebote de Lloris.

A alegria argentina desmoronaria novamente nove minutos depois. Montiel desviou chute de Mbappé com o braço. No momento de maior pressão, o camisa 10 fez seu terceiro no jogo, virou artilheiro novamente com 8 gols e levou a partida, em 3 a 3, para a prorrogação. O final feliz, porém, aguardaria os argentinos minutos depois.

Rubem Gama

*Servidor público municipal, acadêmico de Direito, jornalista (MTB nº 06480/BA), ativista social, criador da Agência Gama Comunicação e do portal de notícias rubemgama.com. E-mail: contato@rubemgama.com

Deixe uma resposta