Ruralista do oeste da Bahia demite funcionárias que votaram em Lula
Em áudio, empresário confessou que orientou as trabalhadoras a colocarem “o celular no sutiã” para filmar voto
O empresário Adelar Eloi Lutz, que atua no setor do agronegócio na região oeste da Bahia, admitiu que demitiu duas funcionárias que votaram no candidato e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em um áudio que circula nas redes sociais, ele falou que pressionou as mulheres a colocarem “o celular no sutiã” para filmar a urna eletrônica durante a votação.
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O caso, considerado como assédio eleitoral, é investigado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que abriu um inquérito na segunda-feira, 17, e deu dois dias para o ruralista se manifestar. O órgão investiga a conduta ilegal do suspeito e recomendou que ele se abstenha de manter ou reiterar as práticas ilegais.
No áudio, o empresário ainda disse que tinham cinco funcionários que não concordavam, mas dois voltaram atrás. “Das outras 10 que estavam ajudando na rua, todos tiveram que provar, filmaram na eleição. Falei para se virar, entrem com o celular no sutiã, que seja, vai filmar, se não, rua”.
O ruralista relatou que duas funcionárias, que não aceitaram a imposição, o procuraram para dizer que vão filmar os votos no segundo turno. “Filmaram e provaram que votaram. Duas não queriam e estão fora, hoje já estão falando ‘eu vou votar no Bolsonaro agora’. Então, prova que nós contratamos de novo”, declarou.
Além do suposto assédio contra os funcionários, o empresário também contou que ameaçou proprietários de mercados do município de Formosa do Rio Preto, no oeste baiano. “Nós temos que fazer isso logo, a gente ameaça nos mercados de Formosa. Mesmo a gente não comprando muito neles, os funcionários da gente, todos compram no mercado”, disse.
O empresário ainda revelou que mandou publicar as ameaças em dez grupos de aplicativos de mensagens com os moradores da cidade.
O homem contou ainda que mandou colocar as ameaças em dez grupos de aplicativos de mensagens como moradores da cidade. “O senhor estava certo, ‘bota para fora logo’. Eu também, lá em casa, os que estavam lá em casa eu tirei já”.