Com Jerônimo Rodrigues, serei vice-governador para “cuidar de gente”, diz Geraldo Jr.
O presidente da Câmara Municipal de Salvador, Geraldo Júnior (MDB), pré-candidato a vice-governador na chapa liderada pelo ex-secretário da Educação Jerônimo Rodrigues (PT), diz que nunca fez política baseada em ataques, ódio e desqualificação. O emedebista faz a afirmação ao ser questionado sobre a gestão do ex-prefeito de Salvador e pré-candidato a governador pelo União Brasil, ACM Neto, e sobre se apresentaria evidências contrárias às administrações do líder oposicionista cuja passagem por dois mandatos pela gestão da capital baiana leva aliados a defini-lo como “melhor prefeito do Brasil”.
O candidato a vice de Jerônimo usa com desenvoltura o slogan das gestões do recém-aliado governador Rui Costa (PT) e diz que as propostas dele e do postulante ao governo consistem em “cuidar de gente”. Questionado sobre se as qualidades de Rui começaram a ser enxergadas por ele apenas recentemente por conta da aliança entre MDB e PT, ele ressalta: “É notória a competência de Rui Costa como gestor”.
O emedebista também declara que a eleição que deu a ele mais um mandato como presidente do Legislativo soteropolitano para o biênio a ser iniciado em 2023 não foi uma garantia para ser candidato a vice. “Com relação a garantias, o projeto é ser diplomado vice-governador da Bahia”, pontua. Sobre o senador petista Jaques Wagner, apontado com um dos mais dedicados articuladores de sua reeleição na Câmara Municipal, é filosófico: “ele é uma pessoa que nos ensina muito com a sua sabedoria”.
Na sexta-feira (8), o União Brasil ingressou com ação do STF e contestou o novo mandato de presidente concedido a Geraldo Jr – esta entrevista foi concedida antes de este fato vir a público.
Confira a seguir o bate-papo na íntegra:
O senhor começou, nesta semana (passada), a participar de agendas oficiais do governador Rui Costa (PT) pelo interior da Bahia, ao lado do pré-candidato ao governo, Jerônimo Rodrigues. Como avalia estes primeiros atos como pré-candidato a vice-governador?
Foi fantástica a receptividade do público presente ao Wet’n Wild no lançamento da pré-candidatura dos nomes de Jerônimo Rodrigues para governador e Geraldo Júnior para vice. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem um fantástico poder de interação com a plateia. Começamos com o pé direito e logo depois foi o lançamento do Programa de Governo Participativo (PGP), em Feira de Santana. Foi outro ato emocionante. Agora é correr os quatro cantos da Bahia, ouvir o povo e construir um amplo programa de governo genuinamente democrático.
O governador tem destacado o papel que o senhor deve ter junto aos vereadores dos municípios baianos nesse trabalho de convencimento ao apoio a Jerônimo, que ainda precisa superar a barreira do desconhecimento. Como o senhor pretende desempenhar esse papel?
Na primeira eleição, Rui Costa também não era muito conhecido e agora completará no final de 2022 oito anos como governador. E era oriundo da Câmara Municipal de Salvador, como eu. A história vai se repetir em outubro. Temos vereadores de diferentes matizes políticas no Legislativo de Salvador. Não só para políticos com mandato, mas levaremos as propostas de Jerônimo Rodrigues e as nossas para toda a Bahia. Projetos pela inclusão social e qualidade de vida da população do nosso Estado.
Antes de ser confirmado pré-candidato na chapa governista, o senhor foi reeleito presidente da Câmara de Salvador para o biênio 2023-2024. Esta foi uma condição para que o senhor impôs para aceitar a missão de concorrer a vice na chapa de Jerônimo? É uma garantia para a sua sobrevivência política no caso de vitória da chapa oposicionista, de ACM Neto (DEM) ? O senador Jaques Wagner empenhou-se muito para viabilizar esta reeleição.
Com Jerônimo Rodrigues, eu serei vice-governador para “cuidar de gente”. Eu me sinto muito à vontade na chapa com o próximo governador da Bahia. E representarei como vice-governador todos os vereadores da Bahia. E o vereador é o político que está mais na “ponta”, em contato direto com o povo. Com relação à nossa reeleição para a presidência da Câmara de Salvador, dos 39 parlamentares presentes, a nossa reeleição teve a aprovação de nada menos do que 35 vereadores. Isto demonstra uma vontade dos meus pares pela continuidade do nosso nome na presidência da Câmara e confiança nos outros nomes que vão compor a Mesa Diretora para o biênio 2023-2024. Pois esse presidente apoia os vereadores, que trabalham incansavelmente por melhorias para as diversas regiões de Salvador. E a Câmara, na nossa gestão, tem atuado com independência em defesa dos interesses da nossa cidade. Os destinos de Salvador passam pelo Legislativo da cidade. E, atualmente, com protagonismo. Com relação a garantias, o projeto é ser diplomado vice-governador da Bahia com a liderança de Jerônimo Rodrigues, próximo governador do nosso Estado. Sobre Jaques Wagner, ele é uma pessoa que nos ensina muito com a sua sabedoria.
O MDB, nas contribuições que apresentou para a formação do plano de governo na chapa, destacou projetos para a saúde. Que contribuições a sigla pode apresentar para melhorar os índices estaduais da educação e o quadro da segurança pública, atualmente ruins?
Ainda estamos no início das escutas à sociedade nos quatro cantos da Bahia para uma vindoura construção do Programa de Governo Participativo (PGP). Portanto, não vamos atropelar o processo. Chegamos para somar.
O senhor disse nesta semana que o governador Rui Costa é o melhor que a Bahia já teve. Esse é um entendimento recente ou o senhor o conservava em silêncio estratégico enquanto o MDB ainda caminhava na oposição?
É notória a competência de Rui Costa como gestor. As pesquisas de satisfação da população baiana com relação à sua gestão “falam” por si só. E ele também foi exitoso na maior das “pesquisas”: a urna. Pois foi reeleito. Sempre tivemos uma relação respeitosa e amistosa com o governador. Inclusive, com um fato histórico. Em 2019, ele, pessoalmente, foi ao Legislativo de Salvador, sob nossa gestão e após nosso convite, apresentar o projeto do VLT. Na ocasião, a então vereadora Aladilce Souza observou que em 15 anos de mandato era a primeira vez que testemunhava um governador comparecer à Câmara para apresentar um projeto. Isto representa o prestígio que a Câmara de Salvador alcançou e que deve ser dividido com os meus pares.
Na chapa adversária, o pré-candidato ao governo ACM Neto tem as suas gestões em Salvador como “carro-chefe” de sua campanha. Os aliados do ex-prefeito também lembram que ele é apontado como “melhor prefeito do Brasil”, segundo pesquisas. O senhor vai expor possíveis contradições da gestão do ex-prefeito em Salvador? O que será mais importante nestas eleições: fatos ou versões e slogans?
Quem conhece Geraldo Júnior, vereador que ingressou na Câmara de Salvador em 2011, sabe que nunca fiz política baseada em ataques, ódio e desqualificação. Até porque não são sentimentos inerentes à minha personalidade. Outro dia, teve um comentário interessante do apresentador James Martins, na Rádio Metrópole. Era algo mais ou menos assim: “para Geraldinho todo mundo é legal”. Não é que as pessoas tenham só qualidades. Mas a missão de um político é cuidar de gente. E para fazer isso com verdade é importante exaltar o lado bom das pessoas. Senão, como você terá a empatia necessária para se importar com a melhoria da qualidade de vida do cidadão? Enfim, não estamos aqui para atacar ninguém. Estamos começando uma pré-campanha com propostas para a Bahia continuar avançando. Temos como meta ampliar os nossos espaços para cuidar de mais pessoas.