Bolsonaro derrete e rejeição entre evangélicos já supera a aprovação
Nesse recorte, avaliam o governo como ruim ou péssimo 41%; apenas 29% o classificam como bom ou ótimo
Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira 16 indica que se mantém a tendência de alta na reprovação ao governo de Jair Bolsonaro. 53% dos entrevistados classificam a gestão como ruim ou péssima, a maior marca desde o início do mandato, em janeiro de 2019. Na rodada anterior, de julho, eram 51%.
Avaliam o governo como bom ou ótimo 22% (eram 24%), enquanto os que veem a atual gestão como regular se mantêm em 24% do eleitorado. O novo levantamento indica que os atos antidemocráticos do 7 de Setembro, que contaram com ameaças golpistas do ex-capitão, e a carta de recuo arquitetada por Michel Temer não serviram para elevar a popularidade do governo.
A pesquisa representa um baque para o governo porque, entre outros motivos, mostra o derretimento da aprovação de Bolsonaro entre segmentos fundamentais para sua tentativa de reeleição. Entre os evangélicos, a reprovação subiu 11 pontos percentuais desde janeiro, chegou a 41% e, neste momento, supera a aprovação, que marca 29%. Em julho, 34% reprovavam e 37% aprovavam a gestão.
O Datafolha reforça ainda que o índice de eleitores que defendem o impeachment de Bolsonaro e de que o rejeitam como candidato à reeleição supera em aproximadamente cinco vezes o contingente de bolsonaristas fiéis. O instituto calcula que essa base fidedigna de apoio corresponde a 11% dos brasileiros.
As respostas trazem outras notícias ruins para Bolsonaro: veem o governo como ruim ou péssimo 61% dos brasileiros que têm curso superior, 59% dos jovens entre 16 e 24 anos e 56% dos cidadãos que recebem até dois salários mínimos. Entre os que ganham de dois a cinco salários, a rejeição saltou de 47% para 51%, no limite da margem de erro.
Também houve um aumento representativo da reprovação ao governo entre os que têm ensino fundamental, de 49% em julho para 55%, enquanto se registra estabilidade na rejeição entre os que cursaram o ensino médio (de 49% para 48%).
O grupo em que a reprovação a Bolsonaro mais caiu é o dos mais ricos: de 58% para 46%.
O Datafolha entrevistou presencialmente 3.667 pessoas com mais de 16 anos em 190 municípios de todo o País entre os dias 13 e 15 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.
Por Carta Capital