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Mucuri: Falta de harmonia entre os poderes prejudica o povo

Prefeito Robertinho junto com Vereadores na Cerimônia de posse em 1ª de janeiro de 2021 | Imagem/Divulgação

Por Rubem Gama

Há décadas o município de Mucuri tem sido vitimado pelo atrito entre vereadores e prefeitos. Quando o prefeito não cede aos anseios pessoais de determinados grupos do legislativo, inicia-se a celeuma, o embate, a guerra. Daí, as engrenagens da indústria das denúncias começam a ser azeitadas e posta em pleno funcionamento.

Cria-se dificuldades para vender facilidades. E quando o chefe do executivo aceita, ele abre um precedente, e depois as chantagens, até que o controle de tudo esteja nas mãos deste “grupo” que agirá sempre em benefícios próprios e de seus apaniguados. Este é um modus operandi adotado na quase totalidade dos mais de 5.500 municípios brasileiros.

Vejamos o caso do nosso ex-prefeito Dr. Carlos Simões: Sob ameaças e chantagens, começou cedendo aos poucos, quando acordou, o mandato estava se encerrando e ele não governava mais. Dr. Carlos, um médico honrado com mais de 30 anos de carreira solidificada, um bom pai, um bom esposo, um bom amigo de coração gigante, viu sua reputação descer ladeira abaixo sem ter chances nem de renunciar, tamanha era a pressão.

E pensar que o start para sua derrocada foi uma denúncia sobre uns lotes supostamente superfaturados. A denúncia aceita pela Câmara era só uma ‘isca’ para fisgar o prefeito. Para resumir, devemos lembrar que o acusador mais ferrenho de Simões era o vereador Saullo, o mesmo que, como relator da CPI, inocentou o prefeito, argumentando que nada de ilícito foi encontrada no processo de compra dos terrenos. A partir dali, o vereador Saullo – que foi candidato a vice-prefeito na chapa do doutor – e demais “adversários” de dr. Carlos, passaram a ser ‘amiguinhos’ e defensores fervorosos do ex-prefeito. Mas, essa harmonia tinha um preço altíssimo. Esse grupo nomeava e exonerava servidores do alto escalão ao seu bel prazer. Mas esta história é muito longa e merece um capítulo especial.

Voltemos a situação atual, da perseguição contra o prefeito Robertinho. Cassar o prefeito não interessa para os vereadores, não está nos planos deles. Eles trabalham pela aferição de lucro. Quando a Câmara cassou Milton Borges em 2007 – por razões muito rasas -, foi porque o vice-prefeito Moises Alves aceitou fazer acordo para assumir o cargo. Já no caso de Dr. Carlos Simões, só não foi cassado porque o vice-prefeito Fernando Jardim se negou a fazer a negociata.

Esperamos, sinceramente que a Câmara de Mucuri, através dos seus edis, mostre ao povo mucuriense que é possível resolver as coisas, as pendências com parcimônia e cautela, a fim de não prejudicar ainda mais esta população machucada e ferida pelo egoísmo daqueles que deveriam defendê-las.

 É importante a independência dos poderes, mas, acima de tudo, a harmonia, conforme preceitua a Constituição Federal. Portanto, deve ser feito o necessário para que o município continue avançando e a Prefeitura de Mucuri contando com todos os vereadores.

Rubem Gama

*Servidor público municipal, acadêmico de Direito, jornalista (MTB nº 06480/BA), ativista social, criador da Agência Gama Comunicação e do portal de notícias rubemgama.com. E-mail: contato@rubemgama.com

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