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Vereador de Mucuri é acusado de racismo por chamar prefeito de “neguinho”

O edil já foi condenado por crimes de difamação e injúria pela Justiça, proferidos contra o deputado estadual Carlos Robson Rodrigues da Silva, o popular Robinho

Vereador Jonathas Gomes de Azevedo, o popular “Dhow da Divisa”

O vereador pelo município de Mucuri, Jonathas Gomes de Azevedo, o popular “Dhow da Divisa” (PROS), vem ganhando notoriedade em toda a região, e não é pela sua atuação legislativa, considerada baixa pela comunidade local, mas, sim por usar o mandato legislativo para atacar e ofender adversários políticos e autoridades constituídas, recentemente, o edil foi condenado por crimes de difamação e injúria pela Justiça, proferidos contra o deputado estadual Carlos Robson Rodrigues da Silva, o popular “Robinho” (PP), na ocasião, “Dhow da Divisa”, fez diversos ataques ao parlamentar, chamando de “Canalha”, “Bandido”, “Imoral”, “Picareta” e “Desavergonhado”, e pior, tudo isso utilizando a tribuna da Câmara Municipal de Mucuri, talvez confiando na imunidade parlamentar, que no presente caso, se acaso a Justiça não interrompesse, seria utilizada pelo vereador como carta branca para difamar seus oponentes.

A decisão judicial na ação envolvendo o deputado Robinho obrigou o vereador a retirar todas suas postagens nas redes sociais com as ofensas expostas sob pena de multa de R$ 1.000,00 por dia e a pagar a quantia de R$ 20 mil reais a título de indenização por danos morais .

Senão bastasse isso, o vereador mirou sua “metralhadora de ofensas” ao Prefeito de Mucuri, Roberto Carlos Figueiredo Costa, o “Robertinho” (DEM) que governa o município pela terceira vez e sempre teve o histórico de um político passivo e inofensivo. Negro, de origem pobre, com perfil familiar e econômico característicos da maioria dos brasileiros, o prefeito foi chamando de “neguinho” de forma pejorativa e preconceituosa pelo vereador que no afã de atacar o chefe do Poder Executivo utilizou sua cor como arma para atingi-lo enquanto pessoa.

Dessa vez o prefeito Robertinho, um político e administrador experiente, que nunca foi de reagir as agressões e perseguições sofridas, tanto que nunca antes havia processado alguém, entendeu que o vereador ultrapassou a linha tênue entre a crítica, natural do jogo político e nesse caso especifico, mais que uma simples ofensa, cometeu um verdadeiro crime e em razão disso ingressou na última sexta-feira (10/09), com denúncia no Conselho de Ética da própria Câmara Municipal para apuração por quebra de decoro parlamentar decorrente do crime de racismo e injúria racial objetivando a cassação do mandato do vereador que teria proferido os ataques racistas, em pelo menos duas oportunidades, na sessão legislativa do dia (24/08) no plenário da Câmara quanto numa entrevista no dia (30/08) na Rádio Abrolhos FM. O prefeito também protocolou uma representação criminal no Ministério Público Estadual e uma ação criminal perante o juízo criminal da Comarca de Mucuri, além de uma ação cível por danos morais.

Também foi acionado o Conselho de Ética tanto do Diretório Estadual como Nacional do Partido Republicano da Ordem Social em que está filiado o vereador e dado ampla comunicação aos movimentos negros do Estado.

“Os fatos são os mesmos, mas a gravidade é incomensurável, eis que não atinge somente ao prefeito, mas a todos os negros que ouviram o pronunciamento na Câmara Municipal e a entrevista na Rádio Abrolhos, atingindo uma coletividade inteira. O vereador em todas as ocasiões em que chamou o prefeito de “neguinho” nos mais diversos momentos da sua fala tanto na tribuna da Câmara quanto na emissora de Rádio, usou o ar de deboche, sarcasmo, risos e a acintosa prática de injúria racial com nítida expressão maliciosa de preconceito, ainda mais quando a ofensa é repetida por diversas vezes, proferindo e ratificando tal argumento”, diz a denúncia.

Novo perfil

Em seu retorno ao comando do município em janeiro de 2021, Robertinho tem adotado uma postura diferente das que muitos vereadores estavam acostumados no passado, não tem cedido aos velhos costumes e vícios escusos e tem enfrentado resistência aberta e declarada da maioria dos vereadores que compõem a Câmara Municipal de Mucuri, conhecida em toda a Bahia pela corrupção escancarada. Tanto que em passado recente na eclosão da Operação Caribe pelo Ministério Público do Estado da Bahia que denunciou todos os (09) nove vereadores do parlamento culminando com o decreto da prisão de todos eles, onde (07) foram presos e dois ficaram foragidos, eles foram flagrados recebendo propina de empresário para aprovar vários projetos urbanos de interesse da inciativa privada.

De lá para cá, pouca coisa ou nada mudou, e o sistema corrupto de obtenção de vantagens ilícitas por uma parte dos vereadores continua o mesmo, órgão esse que por meio da maioria dos edis, buscou inviabilizar todos os últimos governos municipais da cidade de Mucuri.

Rubem Gama

*Servidor público municipal, acadêmico de Direito, jornalista (MTB nº 06480/BA), ativista social, criador da Agência Gama Comunicação e do portal de notícias rubemgama.com. E-mail: contato@rubemgama.com

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