Mucuri: “Cavalo de Troia” de Paulinho não passa na Câmara

Justiça suspende convocação de 195 suplentes e Câmara de vereadores reprova Plano de Cargos e Salários; entenda

O prefeito de Mucuri, Paulo Alexandre (PSL), considerado pelo servidor público municipal como o mais insensível dos gestores de todos os tempos, depois da derrota esmagadora que sofreu nas urnas, tomou, pelo menos, duas decisões nocivas contra o próprio servidor.

A classe, representada pelo SINDISERVIM, que vinha lutando há oito anos por um Plano de Cargos e Salários sem obter êxito nas negociações com o prefeito Paulinho de Tixa, que sempre alegava não haver condições financeiras para atender as demandas dos funcionários públicos, foi tomada de surpresa quando, após as eleições, mais precisamente no dia 18/10 o mandatário publicou a convocação de 195 suplentes de aprovados no concurso público 001/2014 (VEJA AQUI A LISTA).

Vale lembrar que na lista de convocados, a convocação em série, de mais de 40 suplentes de um mesmo cargo que antes não existia vaga, há suspeitas de que o prefeito agiu de maneira irresponsável, justamente para que as convocações alcançassem suas predileções, como parentes e amigos.

O questionamento dos servidores era: como não tem dinheiro para o Plano de Cargos e Salários, mas, tem para contratar 195 servidores?

Porém, prevendo as críticas e para conter os ânimos, o alcaide já havia preparado, sem discutir com o sindicato, um Plano de Cargos, Carreiras e Salários, meticulosamente engendrado para ludibriar, tanto o servidor, quanto a opinião pública. Porém, o famigerado Plano não contemplava positivamente a maioria dos servidores, apresentando discrepâncias gigantes de percentuais de reajustes entre um cargo e outro. Outro ponto estranho era o número de vagas apresentados no quadro de cargos.

Os servidores, bombardeados por informações especulativas, se dividiram entre apoiar a aprovação ou aguardar o Plano do próximo gestor.

Houve quem comparasse o Plano de Paulinho enviado à Câmara de “Presente de Grego” ou “Cavalo de Troia” em alusão a uma antiga história de guerra: “O Cavalo de Troia foi um grande cavalo de madeira usado pelos gregos durante a Guerra de Troia, como um estratagema decisivo para a conquista da cidade fortificada de Troia, cujas ruínas estão em terras hoje turcas. Tomado pelos troianos como um símbolo de sua vitória, foi carregado para dentro das muralhas, sem saberem que em seu interior se ocultava o inimigo. À noite, guerreiros saem do cavalo, dominam as sentinelas e possibilitam a entrada do exército grego, levando a cidade à ruína”.

O que muitos não haviam se atentado era, justamente, pelo fato de que o Plano de “Malvadinho de Tixa” nunca teve a intenção de beneficiar o servidor. É bem verdade que uma meia dúzia teria seus salários quase que duplicados. Porém, em todo o tempo, o servidor foi usado e manipulado para se posicionar pela aprovação, sem ao menos entender o que estaria por traz de tanta “bondade”. Entre o Plano e as convocações havia uma ligação quase que umbilical.

Fato é que, para resolver o primeira irresponsabilidade, na última quarta-feira (16), a justiça suspendeu a convocação dos 195 suplentes.

O segundo engodo do prefeito Malvadinho de Tixa, foi ao chão nesta quinta-feira (17) quando, responsavelmente, 06 (seis) vereadores votaram contrários ao Plano por entenderem que, futuramente, o tal seria nocivo para os servidores.

Veja como ficou a votação:

Saulo – Sim
Sérgio da colônia – Não
Hélio Fisioterapeuta – Sim
Sargento Orlando – Não
Camarão – Não
Zé do boi (presidente)- Não
Carlinhos Brito – Sim
Vomberto – Não
Elias Kock – Não
Célio Pebas – Sim
Gustavo da Construsul – Sim
SULA – Faltou
Beto Borges – Faltou

Há, no entanto, uma grande espectativa por parte dos servidores, quanto ao próximo gestor que tomará posse em 01 de janeiro de 2017. Pois, caberá a ele, Dr. Carlos, preparar, conjuntamente com os servidores, um Plano responsável e justo, que atenda as demandas do funcionários públicos e que seja cumprível.

Por Rubem Gama