Polí­tica

Câmara de Mucuri: Presidente Zé do Boi precisa dar conta do dinheiro do povo

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Em meio à crise instalada em todo o país, eis que surge uma instituição pública no estado da Bahia que vem caminhando na contramão da economicidade, da moralidade e da razoabilidade no trato com o dinheiro público.
Estamos falando da Câmara Municipal de Mucuri, presidida pelo vereador José Mendes Fontoura, alcunhado popularmente como “Zé do Boi”.
Mucuri é conhecido em toda a Bahia como um município rico, abastado e que de nada temos falta. Há verdade na parte do “abastado” do “rico”, contudo, no tocante ao “não faltar-nos nada”, já não é uma afirmativa verdadeira. Pois, apesar de uma arrecadação enorme, somos um município de dimensões geográficas gigantescas, com demandas cada vez mais crescentes na saúde, educação, segurança e em ação social. Mas isso é tema para uma outra pauta sobre o executivo.
O que devemos ficar atentos é que a robustez da arrecadação da Prefeitura de Mucuri reverbera diretamente na pujança financeira da Câmara de Vereadores. Portanto, temos também uma Câmara rica, muito rica, porque não dizer milionária, já que, de acordo com o seu resumo financeiro do exercício 2015 (VEJA AQUI), até o mês de setembro, passou pelos cofres da Câmara de Mucuri o montante R$4.520.043,72 (quatro milhões, quinhentos e vinte mil, quarenta e três reais e setenta e dois centavos). A previsão orçamentária é que ultrapasse os R$6.000.000,00 (seis milhões de reais) até o próximo dia 20 de dezembro.
O repasse mensal do duodécimo que o Executivo faz para o Legislativo é de R$502.000,00 (quinhentos e dois mil reais). Gasta-se com a folha de pagamento da Câmara, entre servidores e vereadores, em torno de R$280.000,00 (duzentos e oitenta mil reais) mensais. Sobram, portanto, mensalmente, R$220.000,00 (duzentos e vinte mil reais). Digamos que o presidente da Câmara seja de boa índole, gaste mais uns R$50.000,00 (cinquenta mil reais) com outras despesas, material de expediente, água, luz, telefone, etc, ainda sobraria R$170.000,00 (cento e setenta mil reais). Este seria o valor economizado pelo presidente da Câmara, caso ele fosse um político honesto. Estes valores economizados mensalmente, multiplicados por doze meses, perfazem um montante de R$2.040.000,00 ( Dois milhões e quarenta mil reais).
Com este dinheiro economizado, daria para construir 100 casas populares; ou, equipar todos os PSF’s do município com equipamentos de última geração; ou, mais de 20 ambulâncias completas; ou, construir uma maternidade;
Mas, definitivamente, esta não é a intenção do famigerado Zé do Boi. Também não sabemos o que é que ele está fazendo, dando sumiço em tanto dinheiro.
Um fato interessante que podemos notar são as despesas com publicidade. Os gastos mensais com a empresa contratada são de R$10.300,00 (dez mil e trezentos reais), enquanto a Câmara de Nova Viçosa gasta apenas R$650,00 (seiscentos e cinquenta reais) por mês.
Diante do sumiço do dinheiro da Câmara Municipal de Mucuri, conclamo aos nobres vereadores de boa índole, pois sabemos que não são vocês que tem a caneta nem a chave do cofre desta casa, para que Vossas Excelências exijam explicações do Presidente da Câmara de Mucuri sobre o paradeiro do dinheiro do povo.
Por Rubem Gama

Rubem Gama

*Servidor público municipal, acadêmico de Direito, jornalista (MTB nº 06480/BA), ativista social, criador da Agência Gama Comunicação e do portal de notícias rubemgama.com. E-mail: contato@rubemgama.com

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